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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Caça às Bruxas (Season of the Witch, 2011)


      Nicolas Cage está falido. Isso tudo mundo já sabe. E para pagar seus inúmeros castelos, tem aceitado fazer qualquer filme que entregam para ele. E ele aceita, possivelmente sem ler mesmo, porque seria a única desculpa pláusivel por ter feito um filme tão fraco como este. É tudo de um nível tão medíocre, que chega a ser insuportável. Dá para rir um pouco, contudo vem dos defeitos dessa obra do que de seus méritos. Chato, parado, simples, e com uma primeira cena feita apenas para começá-lo com algo forte, apesar de pouco ter a ver com a continuação do longa.

      Behmen lutou nas Cruzadas por mais de dez anos. Um dia, mata uma mulher e decidi parar já que não concordava mais com isso (e tudo acontece nesse grau de babaquice). Acompanhado de Felson, encontra as terras deixadas por eles há tanto tempo devastadas pela peste. Então, são pedidos para transportar uma mulher, que diz ser uma bruxa e a razão de todos os problemas, para um mosteiro. No caminho, encontram lobos famintos e pontes precárias. Sim, se eu descrevi estas cenas sem entusiasmo, é porque o próprio filme as trabalha desse jeito. Cage não muda nada em sua atuação, totalmente igual a tudo que você já viu dele. Ron Perlman é o melhor do elenco, porém isso não quer dizer muito. De resto, Robert Sheehan é inexpressivo; Claire Foy faz pouco; e Christopher Lee é afetado por exageros da maquaigem.

      Sobre essa parte, é tudo tão caricato. Bolas enormes existem nas caras dos doentes, completamente desigual aos relatos da época. A direção é acadêmica, sem nenhuma emoção. Porém, não há nada pior que o roteiro. Cheio de clichés frases absurdamente toscas. Curiosamente, para os fãs de cinema clássico, há várias coisas parecidas neste filme com O Sétimo de Selo de Ingmar Bergman. Os cenários e a época são idênticos; ao invés da morte é o demónio; e até uma cena onde pessoas se auto-chicoteam existe nos dois; além de outras (sim, há mais do que essas). Mas compará-los é um insulto enorme a imagem daquele grande filme de 1957.

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4 comentários:

  1. Anônimo disse...

    Não achei esse filme, sinceramente, tão ruim! Mas, acredito que é o elenco de coadjuvantes que segura a onda aqui. Nicolas Cage, há muito, deixou de ser um ator que nos surpreende... Ele, hoje em dia, está totalmente burocrático.

  2. Rodrigo disse...

    cinefilapornatureza - E o pior é que quando ele tenta esta ótimo, vide Vício Frenético.

  3. Cristiano Contreiras disse...

    Eu acho que Cage parece estar perdido mesmo, pior: nesses filmes fracos, muitos bizarros por sinal, ele é bem inexpressivo. Parece que só está ali por grana, só pode...uma pena!

    Abração!

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    mande-me um email: cristiano.contreiras@gmail.com

  4. Rodrigo disse...

    Cristiano Contreiras - Uma pena mesmo o Nicolas Cage ultimamente. Ok, te mandarei. Abraço