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sábado, 19 de fevereiro de 2011

127 Horas (127 Hours, 2010)


      Dois anos atrás, Quem Quer Ser um Milionário fez a limpa na maioria das premiações americanas, se coroando melhor filme do ano e levendo 8 Oscars. Seu diretor, Danny Boyle, já vinha com uma carreira sólida, principalmente no cult Trainspotting - Sem Limites. Agora, volta com esse drama que também ganhou certo prestígio, mas nada comparado ao filme anterior. O que é injusto, pois 127 Horas é tão bom quanto aquele longa.

      Aron Ralston é um cara aventureiro, visitando todo fim de semana um lugar novo, enquanto tenta bater recordes de guias. Portanto, leva uma vida solitária, não respondendo as chamadas da mãe, e sem namorada. Um dia, ao descer uma montanha em Utah, acaba com o braço preso. Carregando na mochila um canivete; uma lanterna; sua filmadora; uma garrafa de água; entre outras coisas, é obrigado a fazer de tudo para sair. James Franco, que nunca foi de receber bola dos críticas, faz um show aqui. O filme é dele, e ele consegue não virar um cara insuportável. Suas ambições, desejos e alucinações são incrivelmente reais. Destaque para a cena onde ele entrevista a si mesmo, seu melhor momento.

      O roteiro é criativo, e a montagem consegue equilibrar bem os sonhos e pensamentos de Aron entre o tempo em que ele fica preso, nunca deixando o fôlego cair. A direção é fenomenal, ajudada por uma fotografia linda. Conta ainda, com uma ótima trilha sonora (sendo que a canção If I Rise foi indicada ao Oscar). No fim, vemos um filme que tinha tudo pra ser cansativo, mas não é, mesmo que, infelizmente, o excesso de delírios acabe tirando um pouco a força do longa. O final, bem, todo mundo a esse ponto já deve saber qual é. E adianto, é incrivelmente forte e bem filmado, fechando com chave de ouro mais uma excelente obra de Danny Boyle.

****

12 comentários:

  1. Gabriel Neves disse...

    Adoro Boyle, ótimo diretor. É uma pena que 127 Horas não vá ser tão reconhecido quanto foi Quem Quer Ser Um Milionário?, assim como o trabalho excepcional de James Franco. Uma pena, achei ele aqui com uma força quase equivalente à Colin Firth em seu Discurso do Rei.
    Abraços.

  2. Alan Raspante disse...

    Estou apenas esperando a estreia do filme em minha cidade :)

  3. Cristiano Contreiras disse...

    Gostei muito do filme, James Franco, finalmente, tem seu merecido reconhecimento. Abraço!

  4. Rodrigo disse...

    Gabriel - Também. E Boyle é igualmente um dos meus diretores favoritos. Abraços.

    Alan Raspante - E quando chegar, corra.

    Cristiano Contreiras - Exatamente. Abraço.

  5. Tiago Britto disse...

    127 merecia ganhar alguma coisa no Oscar, mas realmente encontrou adversários muito bons. Gosto muito de Boyle e gostei muito do filme! Destaque para James Franco que está incrível na tela! abs!

  6. Rodrigo disse...

    Tiago Britto - Concordo com tudo. Abracos.

  7. cleber eldridge disse...

    É apenas um bom filme, nada além disso. Boyle quis tirar leite de pedra para fazer esse filme, o melhor desempenho do Franco não ajuda em todo o resto do filme. Uma pena!

  8. Rodrigo disse...

    cleber eldridge - Respeito sua opinião, mas não achei isso.

  9. Unknown disse...

    Olha, Rodrigo, pra mim o jeito habitual de Boyle filmar não funcionou nada aqui. Pra mim, este filme deveria ter sido mais pesado, mais seco, mais aterrorizante até; a veia pop do diretor acabou fazendo de "127 Hours" uma voltinha no parque de diversões (atenuada apenas pelo final, bem desagradável e forte).
    Frano, por outro lado, lida bem com este tipo de incoerência; seu aron é alegre, triste, assustado, engraçado... Muita versatilidade, que justificou demais a indicação. Destaque também para a ótima fotografia!
    abraço!

  10. Rodrigo disse...

    Weiner - É impressionante como concordo com você, mas de alguma forma o filme me cativou (e muito). Adoro o estilo de Boyle. Abraços.

  11. Ricardo Morgan disse...

    É genial esse filme. Boyle coloca o espectador ao lado do protagonista. Agonizante ao extremo.

  12. Rodrigo disse...

    Ricardo Morgan - É mesmo.