Burlesque (Idem, 2010)

      Musicais saíram de moda. E isso é comprovado pelo fato de que desde Moulin Rouge, não temos um exemplar realmente decente do gênero (nisso, incluo o vencedor do Oscar Chicago; os sucessos High School Musical e Hairspray; e os fracos Fama e Nine). Mas se formos olhar assim, faroestes também estavam em baixa, e agora voltaram com tudo, devido ao novo Bravura Indômita. A diferença é que, se aquela obra funcionava, esta apenas tenta, e desesperadamente.

      Ali é uma garota que se muda para Los Angeles em busca de fama. Após várias decepções, descobre Burlesque, um clube dançarino comandado por Tess, e imediatamente se apaixona pelo local. Porém, não a deixam trabalhar no palco, e se contenta em virar garçonete. Quando finalmente consegue sua chance, é vista como a única capaz de salvar o lugar, à beira da falência. Christina Aguilera tem uma voz muito potente, e sua atuação não está muito atrás disso. Contudo, Cher apresenta-se novamente irregular. Já Allan Cuming e Kristen Bell são desperdiçados, enquanto Stanley Tucci e Eric Dane continuam personas iniciadas em O Diabo Veste Prada e Grey's Anatomy, respectivamente.

      O filme em sua primeira cena já dá sinais de mediocridade, ao começar de forma abrupta e repentina. Aliás, o longa inteiro é dessa forma, com inúmeros furos (por que Tess não gosta de Ali no início?) e personagens que vão e voltam sem maiores explicações, como a dançarina grávida. E ainda é recheado de clichés e tiradas infantis. A direção é especialmente sem inspiração, a edição ruim, e o som baixo nas cenas do dia-a-dia, e alto nos momentos musicais. De bom, apenas o figurino e a canção You Haven't Seen the Last of Me, merecidamente ganhadora do Globo de Ouro, mesmo ocorrendo aleatoriamente no filme. O que não é nada contraditório, vindo desta fraca obra.

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