domingo, 13 de fevereiro de 2011
O Discurso do Rei (The King's Speech, 2010)
Se você perguntasse a qualquer pessoa que acompanha as premiações, um mês atrás, qual era o favorito no Oscar, dificilmente ela responderia outra coisa além de A Rede Social. Porém, o cenário mudou, e aposto que aquela mesma pessoa falaria, hoje, O Discurso do Rei. A resposta para essa troca, não é complexa. O filme sempre teve a cara da Academia, como um momento histórico (2ª Guerra Mundial), atores renomados, e uma recriação de época fabulosa. Pena que não seja, infelizmente, toda essa maravilha.
O filme narra um breve momento da vida do rei George VI. Gago, sempre pestanejava em seus discursos. Quando seu irmão, Edward, abdica do trono, ele precisa tomar posse, e declarar um incentivo a toda Grã-Bretanha pela rádio. Para ajudá-lo a resolver os problemas de fala, sua mulher contrata a assistência de um terapeuta que se utiliza de métodos diferentes e peculiares. Colin Firth, após surpreender em Direito de Amar, repete aqui o sucesso, contudo, melhor. Porém, nada seria seu personagem sem a performance brilhante de Geoffrey Rush. Já Helena Bonham Carter foi indicada aos prêmios provavelmente por estar numa interpretação raramente contida, pois não está nada demais. E Guy Pearce dá conta do (pequeno) recado.
O Discurso do Rei é aquele tipo de filme que não há nada fora do lugar. A fotografia, a direção de arte, os figurinos, tudo é magnífico. A direção de Tom Hooper é competente, enquanto o roteiro de David Seidler (primeira fez em que um trabalho seu é feito fora da TV) cria ótimas cenas e diálogos, principalmente aqueles entre o rei e seu terapeuta. Entretanto, o filme pouco ousa, e tenta arrancar risada com piadas rasas e desnecessárias do espectador. Até a trilha sonora do sempre bom Alexandre Desplat é fraca em algumas partes. Mas a cena do discurso, pelo menos, é nada menos do que genial. E as reclamações das omissões históricas, como a simpatia de Edward pelos nazistas, são inválidas, num trabalho cuja perfeição nos detalhes é incontestável.
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Sem querer, removi os comentários, portanto gostaria de agradecer a Gabriel, Ricardo Morgan, Amanda Aouad e Cristiano Contreiras por terem gentilmente comentado. A vida do blog ainda é curta, então creio que isso não acontecerá de novo. Desculpem pelo transtorno.
Estou afim de conferir, para ver o desempenho de Colin Firth em cena. Já que gostei dele em "A Single Man" e me parece que levará a estatueta este ano!
Ótimo blog :)
Abraços,
cinegrafia.blogspot.com
Alan Raspante - Ele está muito bom, em ambos filmes. Valeu, irei conferir o seu também. Abraço.
Um filme muito simpático, que conta uma história muito carismática. Acho que mostra a Família Real britânica de uma forma mais humanizada, diferente do retrato visto em "A Rainha".
Kamila - A visão da família real é muito interessante mesmo, como apontou.
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