domingo, 6 de fevereiro de 2011
O Vencedor (The Fighter, 2010)
Americanos amam boxe. Isso, claro, é confirmado com o grande número de produções envolvendo o esporte já feitos na história. Alguns foram um marco, como Rocky e Touro Indomável, e até hoje considerados os filmes absolutos deste esporte. Então, chegou ano passado nos Estados Unidos, a nova obra do diretor David O. Russel, O Vencedor, que deve ser o provável ganhador do Oscar nas categorias de ator e atriz coadjuvantes, além de ter sido indicado a melhor filme, diretor, roteiro original e montagem.
Micky é um boxeador fracassado, que treina com seu irmão drogado Dicky e é gerenciado pela mãe Alice, além de ter sete irmãs. Conhece Charlene, uma bartender, e se apaixona. Mas ao perder uma luta manipulada, precisa mudar o rumo de sua carreira e abdicar da família, que apesar de amar, pouco tem ajudado. Mark Wahlberg é a alma do filme. Numa atuação discreta, mais uma vez é subestimado. Christian Bale também esta em grande momento, e não deixa o personagem cair no exagero, entregando no começo tiques que evidenciam seu vício, e ao final, abandonando tudo, fazendo algo diferente hoje em dia, que é se limitar ao decorrer do filme, e não o contrário. Amy Adams larga os papéis de garotas ingênuas e faz sua melhor performance. Mas Melissa Leo é dona da personagem mais complexa. Consegue deixar na cara sua preferência a Dicky, mesmo nunca parando de amar Micky. As irmãs também seguram as cenas cômicas com facilidade.
A recriação de época é formidável. Os cabelos, as roupas e o estilo das casas evidenciam isso. Já a direção é excelente. Esperto ao filmar as cenas de luta com câmera de tevê, Russel conhece o filme, e portanto, sabe o que fazer com ele muito bem. Seguro, ainda se revela ótimo em dirigir o elenco. O roteiro dá tridimensionalidade aos personagens, e é corajoso (além de inteligente) ao esquecer das lutas mais famosas de Micky e ficar com as realmente relevantes a narrativa. É um daqueles filmes que fica com você. Não é cinema de arte. É cinema de entretenimento. E da melhor espécie. Claro que as cenas de lutas não empolgam como deveriam, porém vibrei a todo momento, e chorei. A cena do filme de Dicky emociona, e revela que esta não é uma obra sobre o boxe, e sim dos personagens. Com certeza um dos melhores do ano.
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Sem querer, removi os comentários, portanto gostaria de agradecer a Cristiano Contreiras por ter gentilmente comentado. A vida do blog ainda é curta, então creio que isso não acontecerá de novo. Desculpem pelo transtorno.
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