Oscar 2011 - Comentários

      É, aconteceu o inevitável: O Discurso do Rei venceu melhor filme, ator, roteiro, e diretor. Achei incrível essa virada no jogo, mesmo que não concorde. A Rede Social era a franca-favorita até menos de três semanas atrás, quando começaram os escolhidos dos inúmero sindicatos, que logo acolheram a gagueira do monarca sobre a contemporânea criação do Facebook. Mas voltando para o Oscar, A Origem e O Discurso do Rei foram os grandes ganhadores da noite com quatro prêmios, enquanto o longa de David Fincher apenas ficou com três. Alice no País das Maravilhas, Toy Story 3 e O Vencedor abocanharam dois. E o Bravura Indômita virou o terceiro maior perdedor na história do Oscar, com dez indicações e nenhuma vitória.

      A noite mais uma vez se arrastou, e os apresentadores em geral não tinham um timing cômico perfeito, nem as piadas eram inspiradas. Entre os pontos altos, com certeza a participação de Kirk Douglas, o curta de abertura, os momentos musicais, o fim com os vencedores saindo de dentro do palco, e, surpreendentemente, a vitória de Tom Hooper. Sim, não queria ele, porém sua felicidade ao receber a honra era admirável. Os pontos baixos foram as trocas inexplicáveis de roupa dos apresentadores (tirando a hora em que Franco apareceu de mulher), os prêmios de coadjuvante não terem sido entregues pelos ganhadores do ano passado (Mo'nique se recusou, e Christoph Waltz está filmando na Europa o novo filme de Roman Polanski), O Discurso do Rei recebendo melhor filme, e Lixo Extraordinário não vencendo a categoria de documentário (e não estou tirando mérito algum de Trabalho Interno, já que não conferi ainda).

       Sobre as minhas apostas, acertei 17 de 24, um número considerável. E dos 7 erros, 5 eu citei afirmando que haviam chances. Poderia ter ido no óbvio e optado por Melissa Leo em atriz coadjuvante e A Origem em Mixagem de Som, contudo a vontade de surpresas falou mais alto. Fui um dos poucos que acertadamente "chutou" God of Love e previu Em um Mundo Melhor (a maioria ficou dividida entre Incêndios e Biutiful), além de A Rede Social para trilha sonora, mas esse em menor escala.

       Aprovei a maioria dos ganhadores. Colin Firth, Natalie Portman, Melissa Leo e destacadamente Christian Bale (que não tem suas caras na foto principal por acaso) mereceram demais. Fiquei felicíssimo com as quatro estatuetas de A Origem, a melhor obra do ano, além dos de trilha sonora; canção, animação; roteiro adaptado; edição; e figurino. Entretanto, não gostei dos prêmios de filme, diretor, roteiro original, e direção de arte. Concluindo: gostei dos vencedores técnicos e de atuações, mas discordei de alguns dos principais. Faz parte.