quarta-feira, 2 de março de 2011
Bruna Surfistinha (Idem, 2011)
Em 2005, um pequeno blog escrito por uma prostituta paulistana começou a fazer muito sucesso. Logo, virou a garota de programa mais cara do Brasil, e chegou a ser citada em artigos de jornais americanos. Após participar de uma série de filmes pornôs, abandonou tudo e foi se casar com um de seus mais fiéis clientes. Ainda lançou um livro, que se tornou best-seller e foi exportado para alguns países da Europa. Agora, essa mesma história chegou aos cinemas. E o que podemos tirar disso? Um longa que, mesmo com seus diversos erros, encanta justamente pela interpretação de Bruna Surfistinha feita por Deborah Secco.
Raquel é uma menina adotada que após ser xingada pelos colegas de escola e mal tratada pelo pai e irmão (apenas verbalmente, nunca fisicamente), foge de casa e se refugia numa casa onde inicia sua carreira na prostituição, com o nome de Bruna. Devido ao seu forte apelo nos homens, rapidamente sobe de vida e se muda para um apartamento duplex e carissímo, porém se vicia nas drogas e precisa dar a volta por cima, com a ajuda de Huldson. Deborah Secco está no ponto alto de sua vida, e vive Bruna com intensidade e olhos melancólicos. Cássio Gabus Mendes, apesar de encenar um cliché, mostra-se novamente competente. Aliás, todo o elenco é bom, com óbvio destaque a Fabiula Nascimento.
Infelizmente, o roteiro fracassa na tentativa de dar novas facetas à personagem principal, como o momento auto-ajuda na festa, que é completamente contraditório a narrativa. E colocar narração em off já se transformou num artifício dispensável que tira todas as oportunidades do público de se envolver com o filme. Ele ainda explica artificialmente porque a escolha do humilhante trabalho, enquanto, como uma verdadeira produção pornô, começa e vai direto ao ponto, sem maiores aprofundamentos, o que tira parte da força do longa, uma vez que a família pouco é mostrada, portanto seus motivos de deixá-la nunca soam genuínos. Pelo menos, é competente ao retratar os inúmeros estilos dos clientes, algo relevante na história real. Contudo, ainda deixa várias perguntas no ar, e monta todo a obra em torno de clichés. É sim, ao final, um filme fraco artisticamente, mas que se apoia nas excelentes interpretações.
***
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Estou querendo ver esse filme, gosto de Deborah Secco e parece que, nesse papel, ela está imperdível.
Abraços.
O filme vem coleionando comentários bastante 'elogiáveis'. Pelo visto vem agradando bastante. Estou doido pra ver =D
Gabriel - E está mesmo. Abraços.
Alan Raspante - Pois veja, não é tão ruim assim. Abraços.
A Sofia insistia, mas não tinha tempo, até que finalmente vi seu blog. Parabéns. Você cinematograficamente é europeu, mas suas críticas são hollywoodianas. Você pensa, coisa que poucos jovens, como a minha filha e agora, você, fazem ao escrever.
Continue,
abraço,
Saulo Silveira
Sofiacherto - Obrigado mesmo pelos elogios e pela ajuda que tem me dado. Espero continuar, sim. Abraços.
Eu relamente estou surpreso com os comentários positivos ao redor desse filme, me despertou um certo interesse (x
cleber eldridge - Eu também. Abraços.
Teu texto é o primeiro desanimado que leio sobre este filme, vou conferir ainda - ainda mais pela Deborah Secco que é uma grande atriz.
abs
Cristiano Contreiras - Não soei tão desanimador assim. Apenas tem sua parcela de erros. Abraços.
Você escreve muito bem! A So me pediu pra eu ver o seu blog e tava tao bom que ate tive que pergunta pra ela se era voce que escrevia mesmo!
Bom trabalho!
Anônimo - Obrigado. Fico agradecido. Abraços.
Postar um comentário