Dieta Mediterrânea (Dieta Mediterránea, 2009)

      O cinema espanhol é conhecido mundialmente por ser diferente e tratar de assuntos na qual poucos outros teriam a coragem de dizer. Neste caso, o relacionamento a três, que não é apenas visto como mote do longa, mas como única opção de felicidade para a protagonista e seus dois amantes. Talvez, podíamos estar nos referindo a história de Dona Flor. Porém, a obra cativa o suficiente para se perdoar os clichés.

      Sofía é uma cozinheira nata, que sonha em abrir seu próprio restaurante. Contudo, se vê perdida entre dois amores e difíceis decisões familiares. Quando não aguenta mais toda a confusão, convence os dois a abraçarem tal polêmica ideia. Olivia Molina passa muito bem toda a complexidade de uma mulher sonhadora e amorosa, enquanto Paco León e Alfonso Bassave conferem integridade e realismo aos homens de Sofía, estabelecendo uma ótima química, o que ajuda na construção do trio.

      Joaquín Oristrell comanda o longa no autômatico, mas o roteiro consegue se esquivar dos perigos da trama. E apesar da trilha sonora não apresentar nada de novo, a edição traz inteligentes viradas de cenas, e lida bem com as mudanças de tempo, nunca virando episódico, mesmo que as partes onde vemos personalidades interagindo com os personagens soem falsas. É divertido, sexy e descompromissado. Há aqueles que devem se incomodar, entretanto é difícil não sair da sessão com um sorriso no rosto.

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