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quinta-feira, 3 de março de 2011

O Besouro Verde (The Green Hornet, 2011)






      Criado em 1936, era originalmente um programa de rádio que alcançou imediato sucesso e se mudou para a tevê em 1966 (estrelada pelo astro Bruce Lee), onde foi cancelada em apenas uma temporada. Chegou então às telonas somente agora, devido aos esforços do ator Seth Rogen, que emagreceu bastante para interpretar o personagem. Ainda colocaram para dirigir o talentoso Michel Gondry, que fez na década passada o maravilhoso Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, pelo qual ganhou Oscar de roteiro. Por isso seja tão estranho perceber que, grande parte dos erros do filme, venha exatamente destes dois astros

      Britt é um milionário que perde seu pai e ganha de herança um jornal. Sem saber o que fazer com sua vida, descobre a existência de um inteligente empregado que montava os carros de seu genitor com equipamentos descolados e perigosos. Cativado pelo poder tecnológico, cria um super-herói e vai as ruas tentar livrar a cidade dos assaltantes e mafiosos. É triste constatar que ninguém no elenco esteja bem. Rogen prova que ter perdido peso não mudou em nada, pois continuamos imaginando ele gordo, além de não conferir carisma nem peso para comandar o longa. Jay Chou serve unicamente para entreter com seu sotaque, e Cameron Diaz é desnecessária na história. Porém o mais decepcionante mesmo é Christoph Waltz, que após surpreender ano retrasado com Bastardos Inglórios, faz uma atuação caricata e exagerada.

      Gondry não conseguiu prevalecer sobre um alto orçamento e estúdios exigentes, já que infelizmente dirige sem inspiração e no piloto automático. O roteiro não se esforça em melhorar a visão do protagonista (nem o ator), uma vez que é um completo babaca fútil, portanto fica difícil se envolver com ele. As cenas de ação são confusas, as piadas sem graça, e a edição ruim, chegando ao cúmulo de cortar uma fala quase no fim. Acaba sendo um filme demasiadamente longo e apelativo, como a cena inicial (sem propósito algum a não ser polemizar) e a final, que simplesmente não convence pela extrema falta de bom-senso. E é importante notar que a conhecida música de abertura é incrivelmente mal aproveitada, sendo usada apenas no final. Talvez haja um motivo para que este clássíco televisivo tenha demorado tanto para chegar aos cinemas: não existe material bom ali.

*

10 comentários:

  1. Rafael W. disse...

    Eu não dava nada por este filme, mas até que acabei gostando.

    http://cinelupinha.blogspot.com/

  2. Rodrigo disse...

    Rafael W. - Eu dava pelo Gondry, mas me decepcionei. Abraços.

  3. Anderson Siqueira disse...

    Fraquinho, fraquinho o filme...
    Ah! Adicionei o seu blog no meu.
    Abraço e prazer!

  4. cleber eldridge disse...

    O filme não recebeu muita atenção, achei estranho. Bem, eu confiro quando sair nas locadoras (x
    ABRAÇO!

  5. Rodrigo disse...

    Anderson Siqueira - Concordo. E já te adicionei também. Prazer é meu. Abraços.

    cleber eldridge - É melhor assim. Abraços.

  6. Gabriel Neves disse...

    Estou com medo de conferir esse filme, antes até me falaram que ia ser A Origem de 2011, mas agora, depois de ver o trailer, os comentários e o seu texto, estou passando O Besouro Verde.
    Abraços.

  7. Alan Raspante disse...

    Até tinha esperanças pelo fato de ser Gondry na direção... mas como tem cara de bomba, eu resolvi passar!

    []s

  8. Rodrigo disse...

    Gabriel - Faz bem. Abraços.

    Alan Raspante - Era o que eu deveria ter feito mesmo. Abraços.

  9. Mateus Denardin disse...

    "Rogen prova que ter perdido peso não mudou em nada, pois continuamos imaginando ele gordo" HAHAHA! É muito verdade isso! Realmente não há material interessante de onde surgir um filme, e expectativas foram afogadas com a (falta de) direção de Gondry. Embaraçoso. Uma vergonha.

  10. Rodrigo disse...

    Mateus Selle Denardin - Que bom que concordamos com isso. Abraços.