Em um diálogo do filme, o protagonista faz um monólogo alegando que homens são mais românticos, pois eles seguem o coração, enquanto as mulheres põem acima de tudo, a estabilidade econômica e social que os maridos podem trazer. Relacionamentos começam e acabam tão rápido, que certas pessoas nem permanecem no fundo. Outros, duram até demais. E mesmo que um não aceite, o parceiro já seguiu em frente. Frases e reflexões como estas diferem o longa, tanto em seu conteúdo, quanto em seu realismo, tornando a obra uma das melhores peças de arte que o cinema proporcionou este ano.
Dean e Cindy são um casal que perderam o interesse um pelo outro. Para tentar reaver sua paixão, decidem passar uma noite sozinhos num motel, sem os filhos. Porém, o plano dá errado, e eles relembram como se conheceram e dos tempos onde o amor entre eles ainda existia. Ryan Gosling interpreta intensamente Dean, mudando de humor facilmente, sem nunca perder o carinho por Cindy, que vivida pela Michelle Williams, é uma mulher calma que sabe esconder seus reais sentimentos. Juntos, carregam o filme e contém ótima química.
O novato Derek Cianfrance faz uma estreia impecável. Além de ter roteirizado (com o apoio de duas pessoas) de forma delicada e franca, ainda dirigiu com uma calma e sutileza invejável. A fotografia emprega bem os tons melancólicos da situação, e a edição usa coerentemente o vai-e-vem da história, sem nunca transparecer erros e confusão no espectador. Acima de tudo, um filme verdadeiro e corajoso. Os olhares dos personagens dizem isso. São humanos. Abertos a equívocos, e tentados pelo maior. E poucas vezes já conseguiram isso de maneira tão natural.
*****
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Realmente, um filme lindo e cheio de razão -- uma história de amor real. Atuações extraordinárias, direção e montagem precisas e trilha encantadora. Obra-prima absoluta. 10/10
Sem dúvida, o filme carrega um tom muito real. As atuações estão realmente viscerais. Mas o filme não funcionou comigo. Talvez fosse melancólico demais pro momento em que eu estava.
E tanto a divulgação do filme aqui no Brasil quanto lá fora são de uma enganação danada. A daqui é pífia, "Namorados Para Sempre" é de uma ironia gigantesca. E embora seu nome em inglês seja Blue Valentine, o que é mais fiel à história, tanto o cartaz apaixonado, quanto aquele "A LOVE STORY", e mais ainda o trailer, sugerem algo mais romântico. Claro que isso nada interfere no filme, principalmente quando se chega sem expectativa alguma para a exibição, mas achei essa tática muito canalha.
De novo, reconheço que o filme é extremamente verdadeiro, mas comigo não funcionou.
Ahh, e linkei seu blog lá no Pipoca, ok? Abs!
Pequena obra-prima mesmo, concordo integralmente com seu texto. Eu acho esse filme belo, mas é muito CRUEL, por ser realista. Ao meu ver, Gosling que merecia figurar na indicação do Oscar, até ganhar, visto que sua atuação é mais densa que do ganhador do ano, Colin Firth.
abs
Postar um comentário