Dizem que a vida imita a arte. Dizem que a arte imita a vida. Mas para não nos contradizermos com o filme, vamos usar a palavra copia ao invés de imita. Nada é mais original, e tudo vem de algo já existente, mesmo que evoluído. Porém, e quando a vida copia a vida? E quando não sabemos distinguir uma história da outra? É isso que este filme propõe, contudo as mudanças são sutis e as respostas nunca emergem. Entretanto, não posso deixar de dizer que, por causa disso, se transformou num dos melhores longas lançado nos últimos anos.
James Miller é um escritor inglês que decide lançar seu novo livro sobre cópias na arte em Toscana, lugar do qual teve inspiração para a obra. Conhece, então, Elle, uma francesa mãe de um filho de dez anos que possui uma galeria. Ela o chama para sair, e os dois seguem juntos pelo interior, onde começam um pequeno relacionamento. Contudo, a conversa ganha contornos mais íntimos, além de agora falarem um francês perfeito (antes, se comunicavam em inglês).
O roteiro escrito pelo próprio diretor, Abbas Kiarostami, consegue diferenciar notavelmente os dois contos, enquanto as performances cheias de nuances de Juliette Binoche e William Shimell concedem incrível realismo ao longa. Os vários planos-sequência do cineasta ajudam também a dar um tom mais verdadeiro, pois, aliás, tudo se passa em um dia, e aquilo poderia ser a nossa vida, mesmo que de dois ângulos nada semelhantes. Não importa tentar descobrir qual é cópia de qual. Apenas observar este exercício, já é de um brilhantismo imenso. Um exercício que, infelizmente, não será praticado por muitos.
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Esse filme é grande e intenso, interessante como duas situações banais combinadas acabam por trazer algo tão irreal e levantar pensamentos sobre cópias e verdade. Afinal, a cópia em si é uma verdade. Kiarostami mostra que consegue ser um ótimo diretor longe do território iraniano, e Binoche apenas comprova sua eficácia, que já mostra há muitos anos. Gostei de seu texto, a tua análise do essencial da obra e das questões propostas.
Abraços.
Ainda não vi, mas quanto mais eu leio, mas curioso eu fico. Gosto da Binoche!
Ah valeu pela força Rodrigo, e claro, já adicionei o blog nos parceiros!
[]s
Simples assim, um dos melhores filmes de seu ano, fantástico.
Gostei desse filme também, mas James Miller é inglês....hehehe...pequeno detalhe.
Vlw
http://umanoem365filmes.blogspot.com/
Gabriel - Obrigado. O filme realmente nos proporciona tudo isso. Abraços.
Alan Raspante - De nada. Abraços.
cleber eldridge - Concordo 100%. Abraços.
Celo Silva - Corrigido rs. E valeu por apontar, sempre é importante. Abraços.
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