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sábado, 21 de maio de 2011

Cópia Fiel (Copie Conforme, 2010)

      Dizem que a vida imita a arte. Dizem que a arte imita a vida. Mas para não nos contradizermos com o filme, vamos usar a palavra copia ao invés de imita. Nada é mais original, e tudo vem de algo já existente, mesmo que evoluído. Porém, e quando a vida copia a vida? E quando não sabemos distinguir uma história da outra? É isso que este filme propõe, contudo as mudanças são sutis e as respostas nunca emergem. Entretanto, não posso deixar de dizer que, por causa disso, se transformou num dos melhores longas lançado nos últimos anos.

      James Miller é um escritor inglês que decide lançar seu novo livro sobre cópias na arte em Toscana, lugar do qual teve inspiração para a obra. Conhece, então, Elle, uma francesa mãe de um filho de dez anos que possui uma galeria. Ela o chama para sair, e os dois seguem juntos pelo interior, onde começam um pequeno relacionamento. Contudo, a conversa ganha contornos mais íntimos, além de agora falarem um francês perfeito (antes, se comunicavam em inglês).

      O roteiro escrito pelo próprio diretor, Abbas Kiarostami, consegue diferenciar notavelmente os dois contos, enquanto as performances cheias de nuances de Juliette Binoche e William Shimell concedem incrível realismo ao longa. Os vários planos-sequência do cineasta ajudam também a dar um tom mais verdadeiro, pois, aliás, tudo se passa em um dia, e aquilo poderia ser a nossa vida, mesmo que de dois ângulos nada semelhantes. Não importa tentar descobrir qual é cópia de qual. Apenas observar este exercício, já é de um brilhantismo imenso. Um exercício que, infelizmente, não será praticado por muitos.

*****

5 comentários:

  1. Gabriel Neves disse...

    Esse filme é grande e intenso, interessante como duas situações banais combinadas acabam por trazer algo tão irreal e levantar pensamentos sobre cópias e verdade. Afinal, a cópia em si é uma verdade. Kiarostami mostra que consegue ser um ótimo diretor longe do território iraniano, e Binoche apenas comprova sua eficácia, que já mostra há muitos anos. Gostei de seu texto, a tua análise do essencial da obra e das questões propostas.
    Abraços.

  2. Alan Raspante disse...

    Ainda não vi, mas quanto mais eu leio, mas curioso eu fico. Gosto da Binoche!

    Ah valeu pela força Rodrigo, e claro, já adicionei o blog nos parceiros!

    []s

  3. cleber eldridge disse...

    Simples assim, um dos melhores filmes de seu ano, fantástico.

  4. Unknown disse...

    Gostei desse filme também, mas James Miller é inglês....hehehe...pequeno detalhe.
    Vlw

    http://umanoem365filmes.blogspot.com/

  5. Rodrigo disse...

    Gabriel - Obrigado. O filme realmente nos proporciona tudo isso. Abraços.

    Alan Raspante - De nada. Abraços.

    cleber eldridge - Concordo 100%. Abraços.

    Celo Silva - Corrigido rs. E valeu por apontar, sempre é importante. Abraços.