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sábado, 2 de julho de 2011

Rio (Idem, 2011)

      Brasil está na moda. Para algumas pessoas, no topo do mundo. E em teoria, nada seria melhor do que um já conhecido diretor de nossa terra fazer um filme sobre a cidade mais famosa brasileira. Portanto, talvez, isto tenha sido o problema. Não que o longa falhe em absolutamente tudo que propõe, mas esperávamos uma obra que não usasse de nossos estereótipos a cada dois segundos. E o que mais vemos é isso. Oras, você nunca pegou trânsito porque um desfile de samba ocorria no meio da rua, e nem reconheceu a porta-bandeira como sua dentista. Diverte? Sim. Decepciona? Com certeza.

      Blu é um pássaro que se perde de sua mãe e é contrabandeado ilegalmente para os EUA, onde vira bicho de estimação de uma adorável menina. Anos mais tarde, ambos descobrem que ele é um animal em extinção, e que precisa urgentemente procriar, senão a espécie logo desaparecerá. Aqui, se envolve novamente no mercado negro. Contudo, com a ajuda de sua pretendente, deve voltar aos braços de sua dona e escapar de seus seguidores, enquanto enfrenta seu medo de voar. Anne Hathaway e Jesse Eisenberg dublam muito bem, apoiados por também ótimos atores, inclusive Rodrigo Santoro, num irreconhecível inglês.

      Tecnicamente fabuloso, recriando as lindas paisagens cariocas de forma brilhante, o filme se estabelece para crianças. Tanto que contém um roteiro infestado de clichés e pouco ambicioso, com personagens bonitinhos, uma trilha sonora convencional, momentos musicais bacanas (mesmo que nenhum seja especialmente envolvente), e canções legais como Take You to Rio e Telling the World (reproduzida nos créditos). O que basta para Carlos Saldanha, como diretor, é transformar seu longa num agradável convite para se visitar nossa pátria. Mas, instante algum, mostra cenas que não foram pré-formuladas pelos estrangeiros. Uma pena.

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2 comentários:

  1. Alan Raspante disse...

    Sabe que eu ainda nem vi? Tô com preguiça. Mas, verei um dia desses... hehehe

  2. Rodrigo disse...

    alan raspante - Quanto menor a expectativa, mais chance de gostar. E você irá precisar. Abraços.