domingo, 16 de janeiro de 2011
Além da Vida (Hereafter, 2010)
Clint Eastwood é um dos melhores diretores da nossa era. É dono de uma carreira sólida, que já lhe rendeu 2 Oscars de melhor diretor ao longo de sua carreira. Por isso que é de se espantar o fato de que uma pessoa tão renomada e talentosa tem errado tanto a mão ultimamente. E, infelizmente, repetiu esse (não tão bom) feito de novo. Além da Vida é um filme que começa bem, numa maravilhosa cena que retrata o tsunami na Tailândia, mas vai se perdendo ao longo do caminho, culminando numa patética cena final.
Conta a história de três personagens: uma francesa que chegou a morrer por um tempo durante o já citado tsunami; um menino que após perder seu irmão gêmeo e protetor decide falar com ele através de médiuns; e um homem que tem o dom de se comunicar com os mortos. Três pessoas que passaram por momentos relacionados com a morte. E é isso que os une. E apenas isso. Filmes assim costumam ligar e entrelaçar os protagonistas no fim, porém aqui a ligação é superficial e ocorrida de maneira apressada pelo roteiro do veterano Peter Morgan, também escritor de obras excelentes como A Rainha e Frost/Nixon, que ainda deixa grande furos e passagens de tempo mal-explicadas.
Se o roteiro é ruim, o mesmo não pode ser dito das atuações de Matt Damon e Cécile De France. O primeiro encarna com timidez e discrição o seu personagem George, conseguindo passar para o público todo o seu tormento. Já a segunda, segura muito bem as suas cenas. Uma pena que os mirins não passam tal expressividade.
Mesmo com falhas, Clint ainda é um ótimo diretor, conseguindo emocionar o público com a presença de uma trilha sonora rústica, ou até mesmo sem nada de fundo. E sua curiosidade com a morte é, no mínimo, interessante. Um assunto já demonstrado em Gran Torino. Além da Vida não é seu melhor filme, mas ainda sim é bom, uma vez que a parte ruim é proveniente do roteiro, portanto a culpa não é sua. Apenas por ter aceitado esse trabalho, que mesmo irregular, emociona.
***
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Não acho que o roteiro é ruim, pelo contrário. Acredito que a história nos pega, nos comove e faz com que a gente se envolva. O mérito é todo de Clint, que fez uma liga muito boa nas três histórias. Achei este o melhor filme dele desde "Cartas de Iwo Jima".
cinefilapornatureza - Muito legal ver você por aqui. Adoro seu blog. Sobre o filme, como você disse, é todo mérito do Clint, ainda um dos melhores diretores atuais. Melhor desde Cartas de Iwo Jima realmente.
Também não acho o roteiro fraco, envolve e é bem emocional mesmo!
abraço
Cristiano Contreiras - Achei sim que o roteiro envolve e emociona, mas que também tem seus erros. Abrass
Postar um comentário