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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Deixe-me Entrar (Let Me In, 2010)


      Para quem não sabe, vampiros estão na moda. O que não é garantia de qualidade. True Blood é legal e trash (além de ter decaído feio na terceira temporada), e A Saga Crepúsculo é sem graça e insuportável. Poucas coisas realmente funcionaram nesse mundo nos últimos anos. Uma delas, é o excelente Deixa Ela Entrar, drama sueco que fez muito sucesso criticamente em 2009, quando passava em cinemas alternativos. O jeito, o estilo de filmagem e a mensagem (é daqueles filmes que cada um interpreta da sua visão) cativaram o público, e a mim também. Por isso, foi com desgosto que ouvi que um remake americano seria feito. E com razão.

      Owen é um garoto de 12 anos que mora numa pacata cidade dos Estados Unidos com a mãe, recém-divorciada (o pai nem aparece aqui, ao invés do original, o que faz perder um pouco a profundidade na história familiar). Sofre de bullying na escola, e não tem amigos em decorrência disso. Quando uma menina da sua mesma idade chega no apartamento do lado do seu, ele vê nela a chance de uma amizade verdadeira. Enquanto isso, o suposto pai dela passa as noites matando pessoas e pegando seu sangue.

      Sempre fui inclinado no assunto refilmagens. Há sim, casos bons. Infelizmente, esse não é um deles. O filme é sem identidade, praticamente igual ao outro; e começar pelo fim é só uma tentativa falha de mudar isso. A direção de arte é excelente, porque consegue achar lugares iguaizinhos ao do drama sueco. Até as interpretações são parecidas, e olha que as duas crianças vem de performances marcantes (ele de A Estrada, e ela de Kick-Ass). Inclusive a cena da piscina é copiada, mas de maneira horrorosa se comparada ao original. Dei duas estrelas, pois o filme é hábil em copiar. E faz isso muito bem. O problema, é que a maioria das pessoas não viram a primeira obra, e podem achar este filme um dos melhores dos ano (se o primeiro funcionou, para quem ver esse antes, deve muito bem acontecer o mesmo). Ao ver isto, pessoalmente, tive vontade de nunca mais voltar ao cinema. É uma desculpa para os americanos não lerem legenda. Egocêntrico e estúpido. E lembram no começo quando disse que a película era um divisor de opiniões? Bem, isso é perdido aqui, numa cena na casa da garota onde o roteiro mesmo dá a sua opinião. O que estraga muito o prazer de curtir este filme.

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