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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Inverno da Alma (Winter's Bone, 2010)


      Desde 2007, sempre teve aquele filme independente que apesar do baixo custo e de atores pouco conhecidos, chegava longe nas premiações americanos. Primeiro veio o excelente Pequena Miss Sunshine, seguido pelo bom Juno. Isso deu uma pausa em 2009, mas voltou com tudo em Preciosa ano passado. Portanto, não poderia ser diferente dessa vez. E digo, Inverno da Alma não faz feio perto dessas consagradas obras. É, inclusive, até melhor.

      Conta a história de uma garota de 16 anos, que vive e cuida da mãe doente e de dois irmãos menores. Quando seu pai some do mapa, ela precisa encontrá-lo, senão perderá a casa, já que este foi o acordo condicional dele com a polícia. O elenco, como é normal em filmes assim, é a melhor coisa do filme. Jennifer Lawrence poderia muito bem ganhar o prémio de melhor atriz e eu não ficaria triste. Mesmo sem cenas poderosas, ela dá um tom de verdade a personagem. Coisa de veterana. E John Hawkes também está excelente, assim como Dale Dickey.

      O roteiro se esquiva muito bem dos clichés e consegue manter a atenção do espectador do começo até o fim, ajudado por um trabalho de direção impecável da diretora Debra Granik. E o fato da trilha sonora ser ausente a maior parte do tempo, dá uma sensação de como você estivesse lá. É tão bem atuado, escrito e dirigido, que você quase esquece que é um filme, e ao perceber, já está totalmente absorto nesse mundo onde qualquer erro pode ser fatal. O final te dá calafrios. No término da sessão, você fica pensando que acabou de assistir a uma pequena obra-prima. E isso é verdade. Um dos melhores filmes do ano.

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