Doce Vingança (I Spit on Your Grave, 2010)

      Em 1997, o diretor Michael Haneke fez uma obra de suspense chamada Violência Gratuita, que discutia e condenava a adoração do ser humano pelo sofrimento alheio. Em seguida, como é de costume na indústria cinematográfica, algumas outras obras tentaram embarcar no mesmo sucesso. Talvez, os exemplos mais conhecidos sejam as franquias Jogos Mortais e O Albergue. Então, decidiram fazer um remake de A Vingança de Jennifer, datado de 1978. Mas se aquele longa se preocupava, realmente, na vingança, este só quer saber da humilhação.

      Jennifer é uma mulher que, sem inspiração para escrever seu próximo romance, acredita que passar algumas semanas sozinha numa cabana abandonada em uma pacata cidade seria uma boa ideia. Porém, certos delinquentes da cidade começam a torturá-la. Dada como morta, volta um mês depois para um acerto de contas. A desconhecida Sarah Butler, apesar de bonita, não consegue segurar o filme sozinha, e ainda é obrigada a contracenar com atores tão ruins quanto ela, como Andrew Howard, Chad Linberg e Daniel Franzese, de longe o mais limitado.

      A melhor coisa do longa é o seu início. Tomar precioso tempo da obra nos mostrando a cidade e o isolamento da cabana se mostra uma decisão acertada, ajudado por uma câmera que às vezes se encontra longe da protagonista, passando a impressão de estar sendo vigiada, às vezes muito perto, num clima de aprisionamento. Contudo, logo é abandonado, e o que deveria ser a introdução (os atos dos homens contra Jennifer), se transforma num exercício de paciência, pegando mais da metade do filme. Os personagens mal-escritos também não contribuem, e a tal vingança custa a chegar. Pelo menos, quando chegam, é de fazer inveja aos longas citados no primeiro parágrafo. Mas os problemas não mudam, e o filme termina abaixo da média.

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