O Primeiro que Disse (Mine Vaganti, 2010)

      Há uma interessante fala no filme, logo após o primogênito se revelar gay, onde a tia da família tenta explicar a decisão, do já adulto homem, alegando que leu em uma revista que metade da população jovem italiana é bissexual. De qualquer forma, ainda encontra-se pessoas conservadoras lá que expulsam seus membros, por causa dessa "doença", como indaga a matriarca para um doutor. Portanto, é uma pena que o filme, apesar de se tratar de um assunto sério, tenha medo e se perde num meio termo.

      Tommaso acaba de voltar de Roma, onde frequenta faculdade, para passar um tempo com a família. Decidido a contar a todos de sua opção sexual, se atrapalha quando seu irmão informa a mesma coisa um pouco antes. Visto como ele foi tratado, recua um pouco seus princípios, e precisa tomar conta da fábrica, enquanto uma colega se apaixona por ele. Os destaques do elenco vão para Riccardo Scarmarcio, Nicole Grimaudo e Ilaria Occhine, que preocupam-se com o filme, e atuam firmemente. Os outros estão em estado de graça e caricatos, sem exceção.

      O longa mistura comédia com drama, e mesmo acertando de vez em quando, erra na maioria das cenas, provocando poucas risadas e nenhum envolvimento com os personagens. Tudo tem um estilo meio de novela, com uma trilha sonora digna de produções assim e personagens clichés e unidimensionais. Existe, ainda, certas cenas vergonhosas, como a da praia, onde três homens do nada começam a cantar e dançar, e uma história paralela inexplicável. Nem mesmo nas críticas sociais se saem bem. Só não seria tão horrível, se algumas tiradas do roteiro fossem piores. Contudo, é ruim.

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